bemvestir®

Relações com perda de validade

Relações com perda de validadeVivemos numa época em que a sociedade de consumo criou o império da perda de validade, o que foi transposto para as relações. Não só caducam os produtos, como também caducam as relações. Os vínculos são frágeis e parece que dependem apenas dos benefícios que geram.

Chamam-se as relações efémeras, sem compromissos. Satisfazem pontualmente certas necessidades. São relações de desconhecimento mútuo. Essa avareza de querer atenção, respeito ou amor, deixa-nos num estado de vazio permanente. As relações fundem-se num jogo superficial em que os verdadeiros indivíduos estão escondidos. O ser fica só. Não se arrisca a mostrar-se tal e qual é. O que se expressa é a personagem, não a pessoa. Por tudo isto a experiência de medo, dor e solidão aumentou.

Nenhum ser humano pode satisfazer as nossas carências mais profundas. Frequentemente perdemos um tempo infindo à espera de que o “outro” satisfaça e preencha o espaço das nossas carências. Há quem nos possa ajudar em algumas situações, mas, no fundo, a verdade é que estamos sozinhos e a solidão é uma experiência vivida por um número cada vez maior de pessoas.

Mas para se descobrir a nossa força, embora parece uma ambiguidade, essa força só se encontra na solidão. Todas as pessoas de quando em vez deveriam estar sós para poderem estabelecer um diálogo interno e compreenderem que é só na solidão que se encontra a harmonia, a paz de espírito e o verdadeiro amor, estando tudo isso dentro de nós e não nos outros.

Se estivermos bem connosco próprios, será mais fácil sentirmos-nos bem com quem nos rodeia. Se estivermos confortáveis, não fugimos de nós nem da solidão.

Manter uma boa relação consigo implica relacionar-se com a sua maneira de ser, estar em harmonia com a sua mente, com as suas emoções, com o seu espírito, com o seu corpo e com os outros.

Temos que nos conhecer e manter uma boa relação connosco, para construirmos relações duradouras, enriquecedoras e maduras. É necessário muita segurança interior para nos rendermos ao amor de outra pessoa, ou melhor dizendo, não há expectativas mas sim aceitação.

“Amamos à nossa maneira, fazendo do amor algo
comerciável. Temos a mentalidade de comércio e o
amor não é comerciável, não é uma questão de toma
lá,dá cá. É um estado do próprio Ser durante o
qual se resolvem todos os problemas humanos.”

__Krishnamurti

Exit mobile version